Toda a grande mídia, nacional e internacional, vem escrevendo sobre os incêndios na Amazônia, que atingiram o ápice em agosto. Foi um desmatamento criminoso praticado naquelas bandas que deixarão sequelas para o meio ambiente. Todos – ou quase todos – já sabem que as balelas do presidente Jair Bolsonaro, apontando de antemão as ONGs como responsáveis pelos focos de incêndios, caiu por terra, na medida em que os fatos foram aparecendo, demonstrando exatamente o contrário.
Um dos exemplos contundentes foi a denúncia do jornalista Adécio Piran, do município Novo Progresso, no sudeste do Pará, que publicou no início de agosto em seu jornal – Folha do Progresso – a notícia de que fazendeiros vinham propagando o “Dia do Fogo”, data para provocar grandes queimadas na região. Neste dia, os fazendeiros fariam – como fizeram – uma espécie de apoio ao presidente Bolsonaro, tacando fogo na floresta, depois do esvaziamento dos órgãos ambientais, Ibama e ICMbio, promovidos pelo governo federal. O jornalista hoje está sendo perseguido no Pará e ameaçado de morte.
POTÊNCIA AMBIENTAL
No “Dia do Fogo”, 10 de agosto, houve um aumento de 300% no número de focos de incêndio, em relação ao dia anterior. As queimadas se alastraram por toda a Amazônia Legal, que abrange 9 estados da região – Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão – gerando uma nuvem escura que atingiu vários estados do sudeste e do centro-oeste brasileiro, entre eles as capitais São Paulo e Goiânia, que ficaram sob uma chuva de cinzas sopradas da Amazônia.
Em artigo publicado no jornal O Globo, a jornalista Míriam Leitão, enfatiza o fato do Brasil ser dono da maior floresta tropical do planeta, com a maior biodiversidade, em terra e água doce, do mundo! É uma potência ambiental, que está ficando com sua reputação em frangalhos, aponta a jornalista! Poe outro lado, um grupo de advogados de direitos humanos e direito ambiental está preparando uma denúncia contra o presidente do Brasil no Tribunal Penal de Haia, na Holanda, por crime ambiental e contra a humanidade, pela demora em combater os incêndios na Amazônia.
DIA DO FOGO
As queimadas na Amazônia foram registradas por diversos satélites que constataram os danos ambientais e para a saúde da população. As fotografias estampadas nos grandes jornais em todo o planeta são a comprovação do crime ambiental. O líder indígena Raoni, esteve na Europa, em maio, denunciando as ameaças contra os povos indígenas, desde que se iniciou o governo Bolsonaro. O cacique Kaiapó Raoni esteve também com o papa, no Vaticano, onde foi recebido como uma grande liderança mundial merece. Raoni também esteve recentemente na reunião do G7, o grupo que reúne os 7 países mais ricos do mundo. Aos 89 anos, o velho cacique não se cansa de denunciar os abusos do governo brasileiro, que se volta agora para negociações com o governo americano – que praticamente exterminou seus índios – visando a entrega das riquezas minerais na Amazônia, algumas em reservas indígenas.
Agosto foi sim o mês do desgosto, como diz o ditado popular! Mês do desgosto! Com o maior número de focos de queimadas nos últimos 9 anos, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia já havia mobilizado os 8 ex-ministros de meio ambiente para uma mobilização contra o desmonte das políticas ambientais neste governo. Assim se uniram os ex-ministros dos governos Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer. Também foi mobilizada a Frente Parlamentar Ambientalista e a de Defesa da Amazônia Legal, para levantar a questão das queimadas na Amazônia. A ideia é criar um Fórum permanente de monitoramento da Amazônia e uma CPI (Comissão Permanente de Investigação) sobre as queimadas e o desmatamento.