Estão abertas as inscrições para o Prêmio Nacional de Jornalismo Ambiental Chico Mendes. Lançado em dezembro, no Solar do Jambeiro, em Niterói, o prêmio é uma criação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, com patrocínio da Prefeitura de Niterói, através da Fundação de Arte de Niterói (FAN), com apoio da ONU (Organização das Nações Unidas), ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e FENAJ (Federação Nacional de Jornalistas), entre outras instituições. O concurso vai premiar as melhores matérias publicadas em jornais, rádios, revistas, TVs e redes sociais, no Brasil, e o regulamento inclui a participação de universitários.
O vencedor em cada categoria receberá um prêmio de R$ 5 mil. Os concorrentes terão até março para submeter suas matérias. As inscrições são gratuitas e poderão feitas via carta registrada, sedex ou na sede da Fundação de Artes de Niterói (Rua Presidente Pedreira 98, Ingá, Niterói-RJ, CEP 24210-470). Maiores informações, pelo telefone: (21) 2719-9900, ramal 226, de 10 às 17 horas. Uma comissão formada por jornalistas e especialistas em Meio Ambiente escolherá as melhores reportagens.
Durante o lançamento, em Niterói, a neta de Chico Mendes, a bióloga Angélica Mendes, leu uma carta de sua mãe Angela Mendes, filha do sindicalista, onde ela ressala o jornalismo como um dos instrumentos democráticos que ainda funcionam no país. E contou que seu avô aprendeu a ler através de jornais. Esse prêmio ressalta a importância de continuar esse legado de preservação do meio ambiente”, afirmou Angélica, que nasceu poucos meses após a morte do avô.
NITERÓI VERDE
A secretária municipal de Fazenda, Giovanna Victer, representante do prefeito Rodrigo Neves, exaltou o papel dos jornalistas na luta ambiental e destacou a importância da questão ambiental nos projetos desenvolvidos pela Prefeitura de Niterói. “Hoje temos muitas políticas inovadoras na área de meio ambiente; somos os campeões em crescimento do ICMS Verde do estado. Em 2020 atingiremos 100% do esgoto tratado na cidade”, disse a secretária.
O secretário municipal de Planejamento, Axel Grael, recordou sua trajetória como ambientalista e falou sobre a importância de se valorizar o trabalho do jornalismo para a causa ambiental. “O movimento ambientalista do Rio de Janeiro participava de campanhas sobre a preservação da Amazônia. Naquela época, fizemos caminhadas ao lado do Chico Mendes. Vemos todos os dias a importância do trabalho da imprensa para denunciar crimes praticados contra lideranças indígenas e ambientalistas. Esse prêmio vai valorizar o trabalho desses profissionais que dão voz a quem luta pela causa ambiental”.
O jornalista, escritor e acadêmico Zuenir Ventura, autor do livro “Chico Mendes – Crime e Castigo”, leu um testemunho descrevendo o último dia de vida de Chico Mendes. “Não poderia deixar de estar presente para falar de Chico Mendes, ainda mais ao lado da Angélica, que conheci ainda criança”, disse o veterano Zuenir. “A criação do prêmio é uma bela iniciativa para valorizar uma questão tão importante. A morte de Chico Mendes não foi em vão”, concluiu ele.
INDÍGENAS E NATUREZA
O cacique Tupã, representante da comunidade guarani Aldeia Mata Verde, em Maricá, ressaltou a luta dos povos indígenas pela preservação da natureza. “Esse caminho não é fácil. A nossa riqueza maior vai ser sempre a nossa natureza e é por isso que nós vivemos”. E a secretária geral da FENAJ, Beth Costa, ex-presidente da entidade, fez questão de lembrar o congresso da categoria, realizado em Rio Branco, no Acre, que aprovou a realização, anos atrás, do Prêmio de Jornalismo Ambiental Chico Mendes, só agora se concretizando.
A cerimônia foi conduzida pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Mario Sousa, que afirmou que o prêmio é uma oportunidade que se abre para os jornalistas colocarem em pauta uma questão tão importante e urgente. Na ocasião, foi feita uma homenagem ao jornalista e ambientalista Vilmar Berna, diretor da Rebia (Rede Brasileira de Informação Ambiental) e um dos únicos três brasileiros que receberam o honroso Prêmio Global 500, concedido pelo Japão. Os demais foram o sociólogo Betinho, irmão do Henfil, e Chico Mendes, ambos já falecidos. Falando em nome da diretoria do Sindicato, a vice-presidente Dulce Tupy fez um discurso acentuando os crimes ambientais no ano de 2019 no Brasil.