A Marcha das Mulheres no Rio, reuniu uma multidão que percorreu a Avenida Rio Branco, desde a igreja da Candelária até a Cinelândia, palco de grandes manifestações políticas na história recente do Brasil. O Dia Internacional das Mulheres este ano teve mobilizações também em todo o país, incluindo mulheres jornalistas, que detonaram uma campanha de solidariedade às profissionais que sofreram recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro e de membros de sua família, como foi o caso da repórter da Folha de São Paulo Patrícia Campos Mello.
A partir dessa agressão, a Federação Nacional das Jornalistas (FENAJ) mobilizou, através de seus sindicatos filiados, uma série de ações, coordenadas pela Comissão de Mulheres, que conta com representação de 19 sindicatos de norte a sul do país. Assim as jornalistas se integraram aos atos de protesto e às marchas das mulheres, junto com as trabalhadoras de mais de 100 organizações, partidos políticos, entidades populares, sociais e civis, coletivos feministas, LGBTs, grupos femininos de igrejas católicas e evangélicas, etc.
Até a centenária Associação Brasileira de Imprensa (ABI) participou da Marcha das Mulheres no Rio de Janeiro, com um grupo de jornalistas, mulheres e homens, incluindo o próprio presidente Paulo Gerônimo, o Pagê, e o vice Cid Benjamin, entre outros e outras. Também os Sindicatos de jornalistas do Estado do Rio de Janeiro e do Município do Rio de Janeiro estavam presentes, com suas bandeiras e camisetas em tom lilás, a cor consagrada do movimento de mulheres.
Além do Rio de Janeiro, mulheres lotaram as ruas em todo o país para se manifestar contra o projeto político neoliberal e conservador do governo Bolsonaro. Mulheres da cidade, das áreas rurais, das florestas, das águas, negras, indígenas, bissexuais, travestis, transexuais, lésbicas, com deficiência, brancas e de origem asiática lotaram as ruas do Brasil. No Dia Internacional das Mulheres, uma multidão clamou pelo fim do governo Bolsonaro, visando o resgate da plena democracia, dos direitos e liberdade democráticos.
FOCO EM MARIELLE
Foi destaque nas manifestações ainda o clamor pela resolução do assassinato da vereadora Marielle Franco, mulher, negra, favelada e de esquerda e, portanto, estigmatizada! Marielle foi assassinada pelo que representava e até hoje não há respostas sobre os mandantes do crime. Assim, nas manifestações do 8 de março, especialmente no Rio, as mulheres foram convocadas a se manifestarem também no dia 14 de março, data que marca dois anos da execução da vereadora Marielle Franco. Ecoou no ar também o convite para, no dia 18 de março, engrossar uma manifestação prevista em todo o país, em defesa dos serviços públicos de qualidade.