Já há algum tempo, faço as divulgações culturais (por “ZAP”), principalmente, da União Brasileira de Escritores (UBE-RJ), Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB-RJ e Academia Brasileira de Médicos Escritores – ABRAMES, além de eventos outros culturamente expressivos.
Um dos mais recentes e bem sucedidos projetos, nesta fase pandemia, tem sido o “JANELAS SOLIDÁRIAS”, de Wylma Guimarães, radialista da Bandeirantes, para incentivar os escritores a participarem com a foto das suas janelas e o texto respectivo, registrando assim, com arte e beleza, esses dias tão difíceis que a humanidade está vivendo…
Alguns dias atrás, no entanto, a radialista, que normalmente é alegre e comunicativa, confessou que amanhecera “cinza”… “Hoje eu estou cinza”, desabafou ela. Imediatamente retruquei: ainda bem que dispomos do arco-íris para incorporarmos cores mais leves e alegres, que podem nos ajudar a viver…
Para minha surpresa, alguns minutos mais tarde, ao ler o jornal do dia (“O Globo”) na crônica de José Eduardo Agualusa, sorri ao encontrar: …”Conheci em Luanda um americano que criava arco-íris no quintal da sua casa… para alegria das crianças, dos poetas e dos vagabundos. Perguntei-lhe se me podia fabricar arco-íris desdobráveis, para eu montar na solidão do meu quarto sempre que me sentisse deprimido… Ele considerou demoradamente a minha proposta. Por fim descartou-a com um leve recolher de ombros: “Toda beleza é efêmera… A verdadeira beleza é imprescindível. Um arco-íris será belo enquanto permanecer indomável.”
Sorri pro que li e fiquei feliz com o que havia dito, minutos atrás, para a amiga radialista…
Coincidência… “a assinatura de Deus quando quer ficar anônimo”…
Esse foi o único fato daquele jornal que me fez feliz naquele dia…
“Toda beleza é efêmera… A verdadeira beleza é irrepetível e imprescindível. Um arco-íris será belo enquanto permanecer indomável”.
Guardarei para sempre, essas palavras, dentro do meu coração.