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Pandemia prejudica as datas festivas da cidade

A Folia do Divino de Saquarema é um marco na vida da cidade, por resgatar tradições seculares como o hasteamento da bandeira e a benção da mesa (Foto: Dulce Tupy)

É impressionante a amplitude da quantidade de efeitos provocados pela pandemia do coronavírus em praticamente todos os setores da vida social, política, econômica, comercial, educacional, sanitária, trabalhista e até religiosa, que impossibilitou a comunidade católica de Saquarema comemorar a devoção aos diversos padroeiros e padroeiras, exatamente no período iniciado em abril, com a festa de São Jorge, até setembro, quando se realizaria a festa da padroeira do município, Nossa Senhora de Nazareth, comomerado no dia 8.

A primeira data religiosa prejudicada pela pandemia foi o 23 de abril, consagrada a São Jorge, comemorada com festa e procissão, incluindo imponente cavalgada, nos bairros de Mombaça, Jaconé, Vilatur e este ano também haveria no centro da cidade, na Vila, num resgate que vem sendo feito pela professora Marcinha, que iria promover pela primeira vez esta importante festa local.

ANIVERSÁRIO DA CIDADE

O dia 8 de maio, dia do aniversário do município, seria comemorado com grande pompa, mas não foi. A data cívica que marca o 1790 aniversário da emancipação político-administrativa de Saquarema, comemorada com cerimônia de hasteamento das bandeiras do Município, Estado e do Brasil, Missa Solene, Sessão Solene da Câmara e desfile-cívico escolar pelas principais ruas do Centro da Cidade, passou em branco, não fosse uma bela propaganda da concessionária de Águas de Juturnaíba, veiculada na InterTV.

A procissão de Nossa Senhora de Nazareth, padroeira de Saquarema, é o ponto máximo do evento religioso que arrasta centenas de devotos no Centro da cidade (Foto: Luciane Fiorese)

Em seguida não tivemos a bandeira do Divino Espírito Santo que percorre por dois meses os distritos do município até a comemoração final no Domingo de Pentecostes, cuja data varia como o Carnaval. Este ano, a Festa do Divino caiu no dia 31 de maio e passou em brancas nuvens, sem nenhuma menção. Logo depois, dia 11 de junho, ficamos privados da tradicional passarela de tapetes de sal, serragem e pó de café, confeccionados especialmente para a procissão de Corpus Christi. Os lindos tapetes e a suntuosa procissão ficaram apenas na memoria.

Para homenagear São Pedro, os pescadores levam um barquinho na procissão marítima que sai pela Colônia dos Pescadores e vai até a capela Praça dos Pescadores, ao lado da ponte Darcy Bravo (Foto: Dulce Tupy)

SANTOS FESTEIROS

Nos dias 12 e 13 de junho, emendariam as comemorações alusivas a Santo Antônio, padroeiro de Bacaxá, quando são armadas barraquinhas na praça e uma grande procissão percorre as ruas principais do segundo distrito. Para compensar, um oratório dedicado a Santo Antônio foi armado na frente da igreja para os devotos comemorarem a data, em tempos de pandemia. Completando o mês de junho, estão prejudicadas as festas de São João que ocorrem dia 24, em vários bairros, com procissão e missa na capela do padroeiro, no Centro da Cidade, além das várias apresentações de quadrilhas, especialmente a Quadrilha Asa Branca, de Sampaio Correia, com mais de 30 anos.
No dia 29, a grande festa de São Pedro, padroeiro dos pescadores, também será prejudicada, pois provavelmente não haverá a belíssima procissão de barcos na lagoa, passando pela Colônia dos Pescadores com destino à capela de São Pedro, ao lado da ponte Darcy Bravo, onde acontece animada quermesse, com barraquinhas, leilão e show. Por último, também ameaçada de não realização, está a maior data festiva religiosa do município, 8 de setembro, festa em louvor à padroeira de Saquarema, Nossa Senhora de Nazareth. Reunindo um dos maiores públicos do calendário religioso do Estado do Rio de Janeiro, com quantidade de barracas e devotos suficiente para lotar as principais ruas do Centro da Cidade, é provável que a festa esse ano não se realize. Sendo assim, fica para o próximo ano, todas essas comemorações atingidas pela pandemia que já colocou o nosso país em segundo lugar no ranking dos mais afetados.

A festa de Santo Antônio é tradicional em Bacaxá (Foto: Agnelo Quuintela)

 

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