Nesses 20 anos que se passaram desde que lançamos as marcas jornal O SAQUÁ e TUPY Comunicações, muita história passou por nossas páginas, seja no tabloide mensal, seja nos mais de 15 livros que editamos e uma revista. No jornal, publicamos fatos históricos pouco divulgados em Saquarema, como o Quilombo de Bacaxá, revelado pelo escritor Darcy Bravo, em seu livro Minha Terra Saquarema e posteriormente pela Oficina de Literatura do professor Ivan Cavalcanti Proença, no Rio, que resultou no livro Testemunho IV. Foi um fato histórico da maior relevância que divulgamos através de reportagens desde então.
Também realizamos edições históricas, sempre no dia 8 de maio, aniversário de Saquarema, contemplando personalidades da vida da cidade, momentos decisivos da evolução do município, festas tradicionais, campeonatos de surf e outras notícias renomadas que ficaram no passado e resgatamos para nossos leitores, professores e alunos das escolas. Nosso trabalho foi tão intenso nessa área ainda carente em Saquarema que uma editora publicou um livro sobre a história da cidade, baseado em grande parte nas matérias publicadas no nosso jornal, ao longo dos anos.
EDIÇÕES HISTÓRICAS
Uma dessas edições históricas do 8 de maio foi a que resgatou a história do Terceiro Distrito, Sampaio Corrêa, e suas personalidades, desde o final do século 19 até o século 20. Professores e escolas que deixaram de comprar o jornal nas bancas, entraram em contato conosco para solicitar a edição que fizemos e foram atendidas plenamente. Cedemos exemplares desta e de outras edições para as escolas e professores que nos procuraram, com muito gosto, porque consideramos que a função social do jornalismo é informar com qualidade, o que continuamos praticando até hoje.
Mas não foi só de publicações que vivemos nesses últimos 20 anos. Um dos eventos que patrocinamos de grande expressão na cidade foram os “Interlúdios Literários” da escritora e poeta Beatriz Dutra, nossa colunista de literatura, sobre os escritores Cecília Meireles, Mário Quintana e Clarice Lispector. Os dois primeiros, “Cecília entre flor e nuvem” e “Eternamente Quintana” foram publicados pela Academia Brasileira de Filologia, por iniciativa do seu Presidente de Honra, professor Leodegário de Azevedo Filho. Um luxo essas duas palestras de Beatriz Dutra, que as nomeou, delicadamente, “Interlúdios Literários”.
LITERATURA E SAMBA
O terceiro “Interlúdio Literário”, sobre a extraordinária escritora Clarice Lispector, de quem Beatriz é seguidora, com o nome “Cintilações Clariceanas”, ganhou o “Prêmio Clarice Lispector de leitura e interpretação de 2013, da União Brasileira de Escritores (UBE-RJ). Com duração média de 40 a 50 minutos, as apresentações foram feitas em três tardes seguidas, entre o Carnaval e a Semana Santa, portanto na Quaresma. No terceiro dia, Beatriz contemplou o público com uma participação especial do maestro Ararypê Silva, Membro de Honra da Academia de Letras Rio-Cidade Maravilhosa, da qual Beatriz Dutra é presidente e seu parceiro musical. Foi um brinde ao bom gosto, em todos os sentidos.
Outro evento notável, também realizado na Casa de Cultura Walmir Ayala, foi o Dia Nacional do Samba, 2 de dezembro, com uma palestra da própria Dulce Tupy, autora do livro “Carnavais de Guerra, o nacionalismo no samba” (Editora ASB, 1985, Rio de Janeiro-RJ), nascido a partir de uma pesquisa financiada pela FUNARTE (Fundação Nacional de Arte) no final dos anos 70. A palestra foi ilustrada por músicos da cidade, como o Sérgio e sua irmã Iara Vaz, atual presidente da Liga dos Blocos Carnavalescos de Saquarema, os exímios violonistas Célio e seu filho Wagner, que vão do clássico ao popular num piscar de olhos, além da cantora e dançarina Glauce Pimenta Rosa e seu marido, o percussionista Pablo. Foram eventos lendários que revelam o potencial da cultura em Saquarema, quando há espaço para que se apresente à caráter.