Ninguém nunca vai esquecer o ano 2020, um ano que revelou uma das faces mais gritantes do planeta: a desigualdade social. Bastou um vírus como esse, o coronavírus, que provoca a Covid 19, circular no meio da população, para que descobríssemos como somos diferentes, uns dos outros e cada país. O mundo privilegiado dos ricos não foi capaz de superar o vírus e contraiu a doença do mesmo jeito que os pobres. Porém os pobres sofreram mais.
Nos países sem sistema público de saúde, como os Estados Unidos, o vírus massacrou a população negra e latinos. Foi um desastre social que se refletiu até mesmo nas eleições presidenciais, derrubando o presidente Trump, que desdenhou do vírus, aliás como ocorreu com o nosso presidente Jair Bolsonaro, que até pouco tempo acreditava que a Covid é semelhante a uma “gripezinha” e que agora, em plena segunda onda com aumento dos casos, estamos no “finalzinho” da pandemia. O que é mentira! Estamos numa escala ascendente de casos em todo o mundo!
Saquarema fez a sua parte, com muita dificuldade, mas fez. Separou os seus doentes, reservou o hospital para os casos mais graves, tratou em casa aqueles contaminados que podiam permanecer em casa, orientou os moradores, fechou a entrada das praias, decretou ações que impediram o comércio de funcionar como alguns queriam, enfim, não tivemos situações limite como outros municípios na Região dos lagos tiveram. A Prefeitura municipal também se adiantou, iniciando negociação com o Instituto Butantã, em São Paulo, que já está fabricando a vacina Coronavac, em parceria com a China.
Com uma população estimada pelo IBGE em 90.513 habitantes, a Prefeitura optou por encomendar 200 mil unidades visto que a vacina necessita da aplicação de duas doses, em um prazo de 14 dias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 214 vacinas estão sendo desenvolvidas atualmente contra o Coronavirus em todo o mundo, 52 já estão sendo testadas em humanos, sendo 13 já na última fase de pesquisa, a fase 3. O Instituto Butantã, do Governo de São Paulo, desenvolve vacinas, soros e diversos medicamentos há 120 anos. Cerca de 11 estados no Brasil e 912 municípios já manifestaram interesse em adquirir doses desta vacina.
É. Este Natal não vai ser igual aquele que passou. Nem o Ano Novo, nem o carnaval. O verão será um novo verão. E como temos que transformar tudo que vivemos em experiência e conhecimento, vale a nossa prática diária para conter o vírus, com o uso constante de máscaras, a higienização das mãos a toda hora, o distanciamento entre pessoas de 1m a 2m. Só assim, vamos dar a resposta que esperamos, ou seja, não nos contaminarmos e sobrevivermos a esta crise que já é considerada a maior do século 21. Também temos que agradecer por estar vivos, nesse momento tão crucial para a humanidade. Enquanto a vacina não vem…
O Jornal de Saquarema