Cindo diretoras do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SJPERJ) participaram de uma live sobre o Dia da Mulher, atendendo à campanha da FENAJ (Federação Nacional de Jornalistas) “Lute como uma jornalista”. No debate, foram abordados os temas: “Jornalistas em tempos de pandemia”, “O assédio no exercício profissional” e “Protagonismo das jornalistas nas redações”.
Participaram as jornalistas Dulce Tupy, vice-presidente do SJPERJ e mediadora do debate, Cláudia Barcellos, diretora, Fernanda Viseu, diretora e delegada sindical, Bianca Souza, diretora e delegada sindical e Jane Portella, delegada sindical. A abertura e apresentação foi feita pelo presidente do SJPERJ, jornalista Mário Sousa.
ASSÉDIO E PANDEMIA
O relato das jornalistas do Estado do Rio de Janeiro foi revelador do grau de luta e resistência dessas profissionais, num mercado ainda muito machista, agravado pela pandemia, quando as dificuldades se multiplicaram. É o caso de Bianca Sousa, jornalista de Itaperuna, que além de pegar Covid em plena gravidez, teve sua bebê contaminada e ambas passaram 22 dias na UTI. Porém, as duas se recuperaram e passam bem, sendo que Bianca, depois de 6 meses, reconquistou seu espaço de trabalho na prefeitura local.
Outro problema constante é o assédio sexual e moral nas redações dos jornais, rádios, TV e assessorias de imprensa. É o caso da apresentadora Cláudia Barcellos, de Niterói, que sofreu perseguição inúmeras vezes no canal onde trabalhava e era a única mulher. Já Fernanda Viseu, de Macaé, falou das mulheres que exercem o mesmo trabalho que os homens e ganham menos exercendo a mesma função. E considera que o “home office” (o trabalho em casa) nesta pandemia significa uma sobrecarga de trabalho e de custos, pois a profissional usa sua própria luz e seus equipamentos de trabalho e ainda acumula do serviço doméstico.
CANAL DE DENÚNCIA
Já a jornalista Jane Portella, de Barra Mansa, falou do risco de trabalhar durante a pandemia ao lado de pessoas contaminadas. Fundadora da Associação dos Jornalistas do Sul Fluminense (AJOSUL), considera cada vez mais importante a luta pela liberdade de imprensa, contra a desinformação, e pela valorização dos jornalistas. No final, as jornalistas aprovaram a proposta feita pela Fernanda, de Macaé, de criar um canal de denúncias no sindicato, para alavancar essa luta que atinge todas as mulheres na categoria.
O momento tenso do debate foi na abertura, quando houve uma invasão de bandidos da internet que impediram a realização do evento. Eles colocaram cenas grotescas, pornográficas, agressivas, pessoas marchando, tiros, canhões, tudo de horrível que se possa imaginar! Conseguiram melar a live no início, mas posteriormente, em outro endereço fechado, divulgado apenas entre as palestrantes e a Diretoria do Sindicato, o debate se realizou em alto nível, foi gravado e já está disponibilizado no facebook do SJPERJ. Em breve, será postado também no site do sindicato que está sendo remodelado.
Nota de Repúdio a ataque na live
“Lute como uma Jornalista”
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro vem a público comunicar, denunciar e repudiar a invasão de bandidos da Internet, ordinários, intoleráveis, criminosos, que invadiram a live de debates com o tema central “Lute como uma Jornalista” e outros assuntos como “Jornalistas em tempo de pandemia”, “Protagonismo das jornalistas no mercado do trabalho” e o “Assédio no exercício da profissão”, promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, com apoio da Federação Nacional de Jornalistas.
A live teve como apresentador, o presidente do Sindicato, Mário Sousa, mediadora Dulce Tupy e participantes Bianca Marques, Diretora e Delegada Sindical, Fernanda Viseu, Diretora e Delegada Sindical, Claudia Barcellos, Diretora e Jane Portela, Delegada Sindical.
Apesar das ameaças contra os jornalistas e a liberdade de Imprensa, a baixaria dos criminosos foi deletada a tempo e o debate ocorreu normalmente. Informamos que o debate virtual foi gravado e já está no facebook do Sindicato e, em breve, estará também no site do Sindicato que está sendo atualizado.
O Sindicato tem conhecimento que esta onda de ataques na Rede Social faz parte de um plano de criminosos e fascistas dissiminando o ódio e a violência, contra os movimentos sociais, a política progressista, o jornalismo e aos jornalistas, num claro atentado contra a liberdade de Imprensa e a Democracia.
Este ataque está sendo denunciado a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e toda Imprensa do País.
Mário Sousa
Presidente