Desde que foi anunciada a Pandemia de Covid, há cerca de 1 ano e 2 meses, no ano passado, tudo começou a mudar. Mudaram os hábitos tradicionais de abraçar uns aos outros e dar beijinhos, mudou a maneira de comprar mais pela internet do que de forma presencial, mudou a educação com escolas e faculdades com aulas suspensas, ensino e trabalho remoto, em casa, mudou a vida social por completo, com praias e parques fechados, poucos transeuntes nas ruas, praças e avenidas, exceto na porta dos bares e restaurantes lotados de jovens que insistiram em desafiar o coronavírus, um vírus provavelmente surgido com o desequilíbrio ambiental na China e espalhado para todos os continentes.
Agora, novas cepas, novos tipos, variantes do vírus mortal já foram introduzidos em muitos países, inclusive o nosso. Descoberto no início do ano em Manaus, na Amazônia, mas já encontrado em várias cidades do país, como o Rio de Janeiro, essa nova onda da Pandemia elevou a contaminação a recordes de casos absurdos, com mais de 420 mil mortos. A Covid ceifou aqui uma maioria de anônimos, mas também artistas memoráveis como o poeta e compositor Aldir Blanc, que deu nome à lei que compensa artistas e técnicos pelo desastre da pandemia que os impede de trabalhar, como também o ator e diretor Paulo Gustavo, uma celebridade instantânea, desde que se consagrou com a série de filmes “Minha mãe é uma peça”, que arrastaram multidões aos cinemas.
FALTA DE OXIGÊNIO
Mas o que faz o governo federal diante desta desgraça coletiva que nos aflige, agora que somos até impedidos de viajar para o exterior, porque vários países se negam a receber brasileiros! No auge da pandemia, com notícias escandalosas como a falta de oxigênio nos hospitais de Manaus, entre outras, fomos considerados um dos países mais devastados pela pandemia, perdendo apenas para a Índia. Países desenvolvidos como o Reino Unidos, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha e Estados Unidos já estão vacinando em massa suas populações e com isso reduzindo o número de contágio e a gravidade dos casos. China e Rússia criaram suas próprias vacinas e já estão com a pandemia sob controle.
Mas o Brasil, que agora está passando por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Senado, ainda continua patinando em dados altíssimos de contaminação e mortes, com picos assustadores e uma vacinação retardada, tipo conta gotas, toda hora interrompida por falta de planejamento do governo federal. Ao contrário, o governo federal aparentemente fez de tudo para que a vacinação não ocorresse, chegando ao cúmulo de preferir o efeito “imunização de rebanho”, quando a maioria do povo já estivesse contaminada ou morta e restassem apenas aqueles mais fortes!
O PAÍS LASCOU!
Ainda não se sabe qual será o resultado desta CPI da Pandemia, mas os primeiros depoimentos do ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, revelaram a dificuldade de se implantar uma campanha de esclarecimentos à população num governo que não acreditava na vacina e sim em medicamentos suspeitos, alguns até com graves efeitos colaterais. Ao se declarar adepto do uso da cloroquina e outros similares, o presidente Bolsonaro descartou a possibilidade de avançarmos no caminho seguro das vacinas, para imunizar em grande escala o nosso povo.
A conclusão disso é a escala assustadora da evolução da doença que parou o mundo do ano passado e permanece até hoje na América Latina, África e parte da Ásia. Aqui no Brasil, o governo federal renegou as recomendações técnicas – a prescrição do uso de máscaras, o uso constante de álcool em gel para higienizar as mãos e o distanciamento necessário, até mesmo o isolamento social. Até a Organização Mundial da Saúde, órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) que vem norteando os procedimentos básicos da saúde em todo o mundo, inclusive condenando o uso da cloroquina, foi maltratada pelos nossos governantes, que insistem em atacar nosso grande parceiro comercial que é a China, numa total falta de conhecimento da diplomacia. Como diz o povão: o Brasil lascou!
O Brasil está lascado!