Kemet significa Terra Preta ou Terra dos Homens Pretos. Kemet era o local onde fica hoje o Egito, no norte da África. “Infelizmente esse fato não é muito conhecido pois não é muito divulgado porque, quando os gregos colonizaram regiões africanas e escravizaram a população local, buscaram de diversas formas apagar a identidade cultural desses povos que desenvolveram inúmeras tecnologias de cura, como a Kemetic Yoga, ou destruir conhecimentos avançados de diversas áreas, como arquitetura, medicina, astrologia, matemática, física, agricultura e navegação”, diz a instrutora de Kemetic, Yoga Glauce Pimenta Rosa, que junto com seu companheiro Pablo Aruêra, ministram aulas desta modalidade de Yoga através da internet.
INSPIRADA EM PAPIROS
Kemetic Yoga é uma Ciência Ancestral Africana que se desenvolveu no Vale do Hapi, localizado no hoje chamado Rio Nilo. Com foco na respiração, o método YogaSkills, desenvolvido pelos mestres Yirser Ra Hotep e Asar Hapi, envolve movimentos e posturas geometricamente alinhadas que foram retratadas nos papiros, textos e paredes dos templos na antiga Kemet.
Segundo a Sbat (instrutora), de Kemetic Yoga, Glauce Pimenta Rosa, “é uma potente ferramenta de re-africanização e expansão da consciência que nos coloca em contato com nossos ancestrais e com a força sagrada dos Ntchru – forças energéticas da natureza que regem a vida em plena comunhão com a existência cósmica, para que saibamos de onde viemos e o propósito de nossa existência”.
Há um ano Glauce está dando aulas on line, via Google Meet, de Kemetic Yoga, que busca o auto-conhecimento, o desenvolvimento espiritual e o reencontro com a divindade que existe dentro de cada um. Essa prática ancestral africana traz benefícios como a liberação de traumas, combate à depressão, diminuição da ansiedade, aumento da imunidade, regeneração e revitalização da nossa casa-corpo-templo e também a habilidade de desenvolver foco, concentração, disciplina e bom caráter, através do alcance do Ma’at: o equilíbrio harmonioso!
CULTURA DE RAIZ
Casados e com dois filhos – Gael Ravi, 9 anos e Gáyatri, 6 anos – Glauce e Pablo também são multiartistas, tendo se apresentado no Brasil e no exterior, inclusive em New Orleans, nos Estados Unidos, e em várias feiras de arte em Saquarema e na Região dos Lagos, incluindo na comemoração do Dia Nacional do Samba, realizado na Casa de Cultura Walmir Ayalla, promovida pelo jornal O SAQUÁ. Nascida em São Luís, no Maranhão, Glauce é herdeira de um cenário multicultural e colorido.
Passou a infância em contato com as festas de São João entre outras manifestações tradicionais maranhenses. Cresceu saboreando a alegria e a força das danças e ritmos do bumba-meu-boi, tambor de crioula, cacuriá, tambor de mina, festa do divino, blocos tradicionais do carnaval da Ilha de Upaõn-açu, quadrilhas e, claro, o reggae maranhense (o Maranhão é conhecido como a Jamaica brasileira).
“Era lindo ver, participar e vivenciar estas manifestações culturais. Hoje, trago comigo toda essa bagagem multicultural e pluriversal em minha jornada. Meu pai, Raimundo, era um poeta nato e repentista, tocava tambor de crioula e pandeiro. Minha mãe, Graça, era Senhora dos Saberes Ancestrais, das plantas e ervas; tinha um grande poder de cura nas mãos e também uma exímia e talentosa artesã; confeccionava roupas com canutilhos, fitas e miçangas e também aprendeu a tocar piano”, conta Glauce.
AFRICANA EM DIÁSPORA
Radicada em Saquarema há 13 anos, Glauce se define como mulher africana em diáspora e uma pesquisadora da saúde holística africana. Graduada em Turismo e Arteterapia, é também cantora, contadora de estórias, performer e artesã. Em sua casa criou a Kazawá Saberes Ancestrais, onde é matrigestora, junto com seu companheiro Pablo Aruêra. Ambos são Sibas (instrutores) da primeira turma de Kemetic Yoga no Brasil, certificados pelo Método Yoga Skills do Mestre Yirser Ra Hotep – Chicago/EUA e Kasa de Maat/Brasil, com direção da Mut Rosa Natalino.
Território de resgate ancestral africano e pindorâmico, a Kazawá já realizou inúmeros eventos de música, literatura, culinária natural e cursos de artesanato. Porém, nesses tempos de pandemia, os encontros agora são virtuais, como as aulas de Kemetic Yoga, onde se busca recuperar a verdadeira mentalidade Africana e ascender em divina excelência, através da alquimia interna promovida por essa ciência.
“Ouça o chamado Ankhcestral e venha participar do Kemetic Yoga”, convida Glauce, para essa viagem à ancestralidade, com raízes em Kemet (Egito – nome dado pelos colonizadores europeus). É só fazer contato imediato, através do WhatsApp (22) 99243 8108, ou pelo e-mail glaucepimentarosa2@gmail.com. Horário das práticas: terças, das 20h às 21h30, quartas das 7h30 às 9h e sábados das 8h às 9h30.