Nesses tempos de pandemia, as estatísticas comprovam que aumentou o número de mulheres vítimas de feminicídio em todo o país. Em Saquarema não poderia ser diferente e aumentou também, até pela tradição de violências cometidas contra as mulheres historicamente. Porém, nos últimos meses, a violência contra as mulheres tem aumentado muito e chamado a atenção das autoridades.
Foi o caso recente de uma mulher jovem, encontrada morta na Lagoa de Saquarema, na altura da Ponte do Girau. Segundo as investigações, a mulher foi assassinada pelo marido que a mantinha em cárcere privado. Com uma filha, ela estava sendo impedida de visitar a mãe e em uma mensagem pelo celular chegou a enviar uma mensagem a amiga dizendo que estava com medo de ser morta pelo marido.
Casos assim são emblemáticos. A mulher sente medo, prevê o pior, mas não consegue acionar mecanismos de defesa: ligar para o 190 (Delegacia Policial), 180 (Central de Atendimento à Mulher), (22) 998597841 (CRAM- Centro de Referência de Atendimento à Mulher, em horário comercial) ou ir pessoalmente à Secretaria da Mulher (Rua Estudante Elcira de Oliveira Coutinho 16, Bacaxá-Saquarema). Nessas instituições as mulheres encontram não só o atendimento policial onde podem fazer o registro das agressões e ameaças que está sofrendo, como também atendimento psicológico, assistência jurídica e assistência social.
Para que casos como o Daniele Nascimento, com um filho de 6 anos, não se repita é preciso divulgar o máximo possível quais são as ferramentas que as mulheres têm para se defender das ameaças, violências e crimes. Com a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio muitas mulheres já foram e estão sendo beneficiadas, porém é preciso se empenhar cada vez mais, para que as mulheres tomem as rédeas de seus destinos.
O caso foi divulgado pelo Facebook Saquarema OnLine e Facebook Saquarema da Depressão, que vêm noticiando os fatos cotidianamente na internet, prestando um bom serviço à população.
Nota de Repudio aos Feminicídios em Saquarema
Os casos recentes de feminicídio que estão ocorrendo em nossa cidade, estão nos trazendo muita dor, revolta e sensação de impotência, mas, como somos resilientes, transformamos esses sentimentos em força e encorajamento para juntas continuarmos lutando incansavelmente por uma vida sem qualquer forma de violência contra a mulher e as meninas e seu mais aviltante ápice: o feminicídio.
Sabemos que o feminicídio é a morte de mulheres pela condição do sexo feminino, num contexto de violência familiar, doméstica ou em decorrência da discriminação, do menosprezo por sermos mulheres e assim, neste contexto de violência, estamos mais propensas ao feminicídio. Feminicídio é um crime de ódio e não vamos tolerá-lo!
O assassinato de mulheres é habitual no regime patriarcal no qual as mulheres estão submetidas, ao controle dos homens, quer sejam maridos, familiares ou desconhecidos. As causas desses crimes não se devem às condições patológicas dos ofensores, mas ao desejo de posse das mulheres, em muitas situações culpabilizadas, por não cumprirem os papeis de gênero designados pela cultura.
A vida de todas as mulheres nos importa. Embora as estatísticas demonstrem um aumento de casos de violência contra a mulher durante a pandemia, que nos isola do convívio social, e nos torna mais vulnerável, não devemos deixar de pedir ajuda, socorro, acolhimento. Exigimos o fim da violência contra a mulher! Chega de feminicídio!
Denuncie:
Disque 190 – Polícia Civil
Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher
CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher- segunda a sexta-feira, das 09 às 17 horas Telefone p/ contato: (22) 99859-7841.
Secretaria da Mulher – Rua Estudante Elcira de Oliveira Coutinho, nº16 Bacaxá (esquina da Ricamar Pneus), onde as mulheres podem buscar, gratuitamente, atendimento psicológico, assistência jurídica e assistência social.
AMEAS, OAB-MULHER, MAMAS, ASSOCIAÇÃO COMERCIAL, ASSOCIAÇÃO RAÍZES, JORNAL O SAQUÁ, JORNAL POESIS e SECRETARIA MUNICIAL DA MULHER