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Preparativos para os 90 anos do Cristo Redentor

Cultura é Notícia - Beatriz Dutra

Ela conhece o Cristo Redentor da cabeça aos pés. Sim, ela, a arquiteta carioca CRISTINA VENTURA, que coordena uma equipe de 30 restauradores (geólogos da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, e especialistas da Universidade Federal de Ouro Preto – MG), na reforma do monumento, que fará 90 anos em outubro próximo, e é considerado uma das “Sete Maravilhas do Mundo Moderno”.

O Cristo Redentor, criado pelo desenhista Heitor da Silva Costa, o pintor Carlos Oswald e o escultor Maximiliam Paul Landowshy (que esculpiu a cabeça e as mãos do monumento), tem 30 metros de altura e 38m com o pedestal, está localizado a 709m acima do nível do mar, no topo do Corcovado, Parque Nacional da Tijuca, com deslumbrante vista para a maior parte da cidade do Rio de Janeiro.

É a maior estátua no estilo Art Déco no mundo. Tem peso total de aproximadamente 1.145 toneladas, das quais 30 delas estão localizadas somente em sua cabeça. As únicas partes não construídas no Brasil foram as mãos e a cabeça, moldadas em Paris. O monumento foi feito para resistir a ventos de até 250 km por hora. Sua construção demorou nove anos: de 1922 a 1931, quando foi inaugurado (12/10/1931).

Mas o tempo passou e necessária se faz sua restauração para a comemoração dos seus 90 anos. Cada centímetro quadrado da estátua já foi fotografado “por câmeras em drones que geraram imagens bi e tridimensionais, que ajudam a diagnosticar microfissuras entre outros problemas” do monumento – informa a arquiteta CRISTINA VENTURA. (cf. O Globo de 28/02/2021, em matéria de Luiz Ernesto Magalhães).

E continua a arquiteta: – “A estátua está sujeita a condições climáticas intensas. Maresia, oscilações de temperatura que podem variar de 38 graus para menos 20 graus em um único dia”… “Se o Cristo chegou aos 90 anos, instalado de braços abertos e a 700 m de altura em boas condições, isso também se deve ao revestimento (do concreto armado) em pedra-sabão”… “Nos anos 1920, os pedaços de pedra-sabão originais usados para revestir a estátua tinham até 90% de impermeabilidade, impedindo a umidade de atingir o concreto. Hoje, em alguns pontos, o grau de proteção é de 20%… Encontrar peças para substituir o revestimento é outro desafio. A jazida original não existe. Então, estamos comprando pedras e extraindo aquelas mais próximas do original. Mas é uma garimpagem. De uma rocha de três toneladas, a gente não obtém mais de três kg de pedras que podem ser empregadas no Cristo”…

Impressionante é que com tanto trabalho e preocupações, a arquiteta CRISTINA VENTURA ainda encontra tempo para coordenar as atividades da casa-ateliê Carlos Scliar, próxima ao canal de Itajuru, em Cabo Frio, e dar aulas de cerâmica e escultura para mulheres quilombolas da região!

Parabéns, CRISTINA VENTURA!

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