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O centenário de Mário Barata

O professor Mário Barata na varanda do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, no Rio

O professor Mário Barata faria 100 anos em setembro, data comemorada com maestria pelo Instituto Histórico e Geográfico do Brasil e pelo Instituto Histórico e Geográfico do Pará, através de palestras proferidas por seu sobrinho e também historiador Cau Barata. Jornalista, crítico de arte, professor de História da Arte, museólogo, formado em Ciências Sociais e História, segundo o jornalista e ex-presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) Maurício Azedo, onde era membro do Conselho Consultivo, Mário Barata era como o verso do grande escritor modernista Mário de Andrade: “sou 300, sou 350”.

Autor de diversos livros, entre eles “A escultura de origem negra no Brasil” (1957) e “Razões de ser e a importância da arte moderna” (1958), Mário Barata foi durante anos colunista do antigo Diário de Notícias e pioneiro de um programa na Rádio MEC sobre História da Arte, tendo sido ainda colaborador do Hand-book of Latin America Studies, da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Formado em Museologia em 1940, se tornou professor do Museu Nacional, especializado em História Antiga e Medieval.

Muito jovem, com apenas 24 anos, foi assessor para as artes da I Conferência Geral da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), licenciando-se em Letras e História da Arte na tradicional Sorbonne, em Paris, na França, onde também se formou em Ciências Políticas na mesma universidade e Etnologia no Museu do Homem, no Museu do Louvre. Foi também um dos fundadores do Conselho Internacional de Museus e organizou no Brasil a Seção Brasileira da Associação Internacional de Críticos de Arte.

MESTRE NO MUNDO,
VERANISTA EM SAQUAREMA

Polígrafo e poliglota, fazia palestras em espanhol, francês e inglês e em 1955 tornou-se catedrático concursado da História da Arte, da Escola Nacional de Belas Artes, tendo lecionado em inúmeras universidades no Brasil e no exterior. Por sua alta qualificação profissional, foi convidado a participar do júri da II Bienal de Artes Plásticas de Paris e da Bienal de São Paulo, além do Salão de Arte Moderna do Rio. Conservador – também por concurso – do Patrimônio Histórico e Artísitico Nacional (IPHAN), entre outros títulos e atividades culturais, o professor Mário Barata foi impedido de lecionar pelo famigerado AI-5, em 1968, junto com outros professores e alunos. Anistiado em 1979, foi agraciado como o título de Professor Emérito da UFRJ.

O jovem Mário Barata



Casado com a artista plástica italiana Tiziana Bonazzola, que conheceu em Veneza, em 1947, e que havia sido “partiggiani”, guerrilheira durante a resistência contra o ditador fascista Mussollini, na Segunda Guerra Mundial, teve 3 filhos: o poeta Paulo, a professora Branca e o artista Flávio. Em Saquarema, Mário Barata passava as férias, desfrutando as delícias da praia de Barra Nova, onde mantinha uma casa em frente ao mar. Foi também um admirador da Folia de Reis Estrela do Oriente, tendo participado pelo menos uma vez do tradicional “banquete” de encerramento da folia, na casa do mestre Boca de Velho, na Basileia, em Sampaio Corrêa.

Mário Barata e o sobrinho, o também historiador Cau Barata

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