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Zezinho Amorim: De volta a suas origens

A família Amorim tem origem em Amorim, cidade que agora é distrito de Póvoa de Varzim (Fotos: Arquivo da família Amorim)

Ele é um político que se preocupa com a cultura. Formado em Direito, trabalhou em bancos no Rio de Janeiro, antes de retornar a sua terra natal, Saquarema, onde passou sua infância e adolescência no bairro do Retiro, no Distrito de Bacaxá. Ali foi moleque de rua, brincou na antiga linha do trem, soltou pipa, namorou, casou, teve filhos. E como bom saquaremense retornou para atender ao convite do prefeito Dr. João Teixeira, para ser secretário municipal de Administração.

Político, habilidoso nas conversas com amigos e parceiros, logo foi convidado para exercer outros cargos na administração pública, durante e depois do governo Dr. João. De lá para cá, foi secretário municipal em 10 secretarias diferentes, revelando toda a sua experiência e articulação política, em praticamente todos os governos locais nos últimos 30 anos. Como vereador, fez uma carreira meteórica, chegando a ser por dois mandatos presidente da Câmara Municipal.

Homem culto, procurou já na maturidade fazer o curso de história na Universidade Federal Fluminense, onde se formou há cerca de 10 anos. Então se encantou com a atividade de pesquisador, buscando sempre as raízes de Saquarema e pessoalmente as suas próprias raízes. O resultado só poderia ser uma viagem de volta às origens, em Portugal, onde a família Amorim começou.

AMORIM, BERÇO DA FAMÍLIA

A viagem, com a esposa Márcia e um casal de amigos, embora fosse um sonho antigo, finalmente aconteceu agora, em outubro, já no finalzinho da pandemia, quando Portugal aceitou receber brasileiros mediante procedimentos sanitários, inclusive atestados das vacinas e testes para entrar e se locomover na Europa. Porém, chegando a Portugal, verificou que o antigo vilarejo de Amorim já não existe mais como cidade autônoma, tendo sobrevivido apenas como distrito de Póvoa de Varzim, a 150 km do Porto. Foi lá que Zezinho encontrou possíveis parentes, uma gente simples que sobrevive naquele ritmo de cidade pequena, com suas famílias e seus afazeres.

Mas Zezinho não se conteve em conhecer Amorim, terra de seus bisavós, e fez questão de ir à cidade do Porto, segunda cidade de Portugal, foi à Coimbra, onde se localiza a universidade mais antiga da Europa, fundada em 1290, conheceu também Aveiro, que é a Veneza de Portugal, com seus canais marítimos, Cascais, Sintra, Braga, Óbidos, Matozinho e outras, mas se encantou mesmo com Lisboa, terra do poeta Fernando Pessoa e do grande romancista Eça de Queiroz.

Com o coração carregado de saudades, Zezinho Amorim retornou ao Brasil, para retomar suas atividades profissionais, como comerciante e político local, um dos mais ilustres filhos do município. Agora, consciente de suas raízes rurais, Zezinho conheceu o fenômeno do esvaziamento das cidades que assistiram seus filhos imigrarem para as grandes cidades e outros países da Europa e da América. Como a sua própria família, que veio para o Brasil, com muitas esperanças e aqui fincou suas raízes para sempre, gerando um novo ramo desta árvore frondosa que é o tronco do Brasil Colonial.

Em Amorim, Zezinho fez questão de conversar com o povo para conhecer a cultura local

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