A mídia tem divulgado as palavras que caracterizam os anos de 2020 a 2022. São elas: 2020 – LUTO, 2021 – VACINA e 2022 – ESPERANÇA!… Sim, ESPERANÇA, “sentimento de quem vê como possível a realização daquilo que deseja; confiança em coisa boa; fé de uma vida melhor”, segundo Antônio Houaiss. Ela é também “a segunda das três virtudes básicas do cristão, ao lado da fé e da caridade”, complementa o nosso dicionarista. A ESPERANÇA costuma ser representada por uma âncora – que dá firmeza aos nossos passos na direção do sagrado direito de sonharmos com uma vida melhor!…
Quintana foi cáustico quando escreveu: “A esperança é um urubu pintado de verde.” Mas poetizou, lindamente, no seguinte: “Quando morremos acontece com as nossas esperanças o mesmo que com esses brinquedos de estátuas, em que todos se imobilizam de súbito, cada qual na posição do momento. Mas as esperanças têm menos paciência. E vão imediatamente confirmar, no coração de outros, o seu velho sonho interrompido.” Assim, amigos, na lição do amado e saudoso poeta, a ESPERANÇA é contínua e mesmo sendo a última a morrer, vai “continuar no coração de outros, o seu velho sonho interrompido!…” Aqui, adiciono Clarice Lispector: “Tenho tanta vontade de ser corriqueira e um pouco vulgar e dizer: a esperança é a última que morre (…) A esperança é um filho ainda não nascido, só prometido, e isso machuca.” Sim… machuca, mas vida sem esperança dura menos e não tem sentido. Aproveitemos, pois, que a palavra-chave para este 2022 seja ESPERANÇA e sonhemos, com muita força, persistência, união e vontade, que teremos uma vida melhor!… Mas não nos esqueçamos da advertência de Miguel de Cervantes: (…)”as esperanças próximas de alcançar o bem que se deseja cansam muito mais que as remotas e distanciadas.” Assim, apesar de cansados, perseveremos todos, sim, toda a humanidade, com a esperança da reconquista da vida bela e desejada por todos nós!…
Por oportuno, transcrevo aqui meu poema “ESPERANÇA”, publicado nos livros “Suavidade” e “Meus poemas mais amados”, pela ZMF Editora: Ser capaz de aguçar o olhar / e perceber / um ínfimo e longínquo / ponto de luz, / quando / tudo parecer perdido, / na escuridão absoluta… / Ser capaz ainda, / de reunir forças desconhecidas / e conseguir / rumar para ele… / É deixar-se guiar / pelo lume da ESPERANÇA, / que salva e vivifica. //
2022 – ESPERANÇA!
O Jornal de Saquarema