Maria Prestes uniu-se ao cognominado Cavaleiro da Esperança – assim literariamente popularizado por Jorge Amado em engajadíssima biografia romanceada – ao um tempo de ainda poderoso patriarcado machista. Essa persistente realidade de sociologia “etno-hermeneutica” política (como diria Carlos Castaneda) precisa ser invocada para se compreender o anonimato de Maria, personagem só conhecida em redomas fechadas por sectaria facção partidária. Afinal Olga Benário é que era a maior. Travaram-se contendas. A primogênita Anita Lecadia increspou-se. Afinal a contenda – “quem é a legítima, a verdadeira de Luiz Carlos Prestes?” – rompeu a bolha. E Maria apareceu. Cresceu. Impos-se. E agora morre com honras e relevâncias de muitas maternidades fazendo reacender a memória do líder da Coluna Invicta que poderia pertencer apenas a uma rama da História mas teima em crepitar para advertir aos tempos e aos costumes que ninguém conspurca os fatos impunimente. Como diziam os banidos stalinistas, “glória eterna à camarada Maria Prestes”.
O Jornal de Saquarema