Acaba de ser lançado o livro eletrônico “Água e Gênero”. Com o subtítulo “Perspectibas e Experiências”, foi organizado pelos professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fernanda Matos e Alexandre Carrieri. O livro com mais de 586 páginas, publicado pela Editora Barlavento-MG reúne especialistas, profissionais, professores e pesquisadores do Brasil e exterior.
Nos últimos anos, aumentaram as discussões sobre água e gênero no Brasil e em todo o mundo e, paralelamente, aconteceram graves crises hídricas em todo o planeta. As consequências diretas da relação entre escassez de água e saúde tornam-se cada vez mais evidentes, principalmente nas periferias onde vivem as populações vulneráveis, mais atingidas durante a pandemia. Os efeitos nefastos desta crise hídrica recaem principalmente sobre as mulheres e meninas, mais afetadas pela falta d’água e de saneamento. No entanto, a participação das mulheres na gestão dos recursos hídricos é pequena, tornando o acesso à água muito restrito.
A Organização das Nações Unidas (ONU) vem recomendando há décadas, desde a Conferência de Dublin, em 1992, pouco antes da realização da célebre Rio-92, a inclusão da mulher na gestão das águas, visando a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres. Na Agenda 21, um dos desdobramentos da da Rio-92, o Ítem 3 dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, focavam a mulher como fator determinante para a gestão sustentável da água e do meio ambiente.
NOVOS CAMINHOS
Após a Rio+20, realizada também no Rio de Janeiro, a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) preconizaram a Igualdade de Gênero (ODS 5) que, alinhado ao ODS 6, Água Potável e Saneamento, garantiriam a participação da mulher na gestão dos recursos hídricos. A participação das mulheres nas tomadas de decisões na gestão da água deverá ser o início da democratização necessária e urgente, diante das atuais crises hídricas e mudanças climáticas.
Sem esgotar o tema, os artigos publicados avançam na agenda sobre água e gênero, contribuindo com esse campo relevante da gestão dos recursos hídricos, oferecendo subsídios para reflexão e abertura de novos caminhos de pesquisa. Afinal, dados sobre a realidade das mulheres refletem o desequilíbrio social a que estão sujeitas. Segundo Liza Debevec, da Global Water Partnership, no prefácio do livro, mulheres e crianças passam 200 milhões de horas todos os dias coletando água e 266 milhões de horas procurando um banheiro seguro para utilizar.
O livro eletrônico está disponível gratuitamente em plataformas de compartilhamento, dentre elas: https://www.researchgate.net/…/359468865_Agua_e_Genero..