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25 anos da Praça do Sambaqui da Beirada

Para marcar a data, se realizaram várias atividades como uma aula magna com arqueólogos e professores, um ciclo de palestras e uma visita guiada

A Praça do Sambaqui da Beirada vai ganhar um moderno Centro de Interpretação

Dia 31 de maio, a Praça do Sambaqui da Beirada, em Saquarema, completou 25 anos aberta ao público, estudantes, professores, cientistas e arqueólogos em geral. Situada no bairro de Barra Nova, proximo à Avenida Litorânea, a Praça do Sambaqui da Beirada mateve ao longo dos anos a difusão das pesquisas realizadas no sítio arqueológico pré-histórico descoberto pela arqueóloga Nina Kneip e sua equipe, do Museu Nacional.
Para celebrar a data, realizou-se uma programação que contou com uma aula magna, conduzida pela professora Filomena Crancio, com participação de Maura Imázio e Vanderlea da Silva e uma visita guiada ao sítio.
Na parte da tarde, realizou-se no Teatro Mário Lago, um ciclo de palestras com o Professor Ondemar Dias, arqueólogo do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) e as arqueólogas Cláudia Carvalho e Jeanne Crespo (Iphan), e as professoras Regina Coeli e Rosana Najar. A data também coincidiu com a aprovação, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) do anteprojeto de criação do Centro de Interpretação Sambaqui da Beirada, encaminhado pela Secretaria Municipal de Cultura de Saquarema. Os trabalhos foram acompanhados por profissionais de arqueologia, para evitar danos aos remanescentes arqueológicos.

Escavações no Sambaqui da Beirada, efetuadas pelas arqueólogas Lina Kneip e Filomena Crancio, nos anos 80


O Sítio Arqueológico Sambaqui da Beirada foi registrado pelo (IPHAN) em 1975, por sua relevância arqueológica para a cultura brasileira. Fruto do trabalho incansável da saudosa arqueóloga Lina Kneip (1938-2012), o estudo do Sambaqui da Beirada foi parte de uma pesquisa interdisciplinar intitulada “Projeto Saquarema: Pré-História e Paleoambiente”, efetuado pela professora Lina Kneip e sua equipe, que já contava naquela época com a participação da também arqueóloga Filomena Crancio. Escavações sistemáticas, com a profundidade máxima de 1,75 metros, foram realizadas em 1987, em uma área de 160 metros quadrados, evidenciando camadas de ocupação pré-histórica com vestígios de pedras, ossos e conchas. Como resultado dessa pesquisa, foram classificadas um total de 398 peças de pedra, 269 de ossos e 208 de conchas, que apontaram que o homem do Sambaqui da Beirada era tão coletor de moluscos quanto pescador.

Museu Nacional

O desenvolvimento do projeto que transformará o Sambaqui da Beirada em um complexo arqueológico já foi iniciado. A primeira ação é um protocolo de intenções e um convênio com o Museu Nacional, para que possam ser trocadas informações técnico-científicas, tanto para dar prosseguimento às pesquisas arqueológicas no local quanto para que o projeto ganhe em qualidade. Um parque interativo e o estabelecimento de uma estrutura para receber pesquisadores, até de outros países, também está sendo idealizada.

A parceria com o Museu Nacional é de grande suma importância, uma vez que aquela instituição dispõe de especialistas que poderão dar prosseguimento às pesquisas já existentes sobre a descoberta do sítio e outras, realizadas pela arqueóloga Linda Kneip e sua equipe. A Praça do Sambaqui da Beirada, inaugurada pelo então prefeito Carlos Campos, preservou os dois sambaquis naquela área, o da Beirada e da Pontinha. No novo projeto será feita a integração dos dois sambaquis. Segundo o secretário de Cultura, Manoel Vieira, “é preciso retomar as pesquisas para a melhor compreensão do significado desses sambaquis de mais de 4 mil anos, bem como da revitalização do espaço, com a criação do Centro de Interpretação Sambaqui da Beirada.”

Projeto de um mirante para observacão no Sambaqui da Beirada

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