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Comperj parado prejudica o gasoduto Rota 3

Depois de concluído, o Gaslub será o maior das Américas. (Foto: Petrobras)

Estão paralisadas as obras no Gaslub, antigo Comperj. A Petrobras ainda não tem previsão de uma nova data de re-início de operação do Projeto Integrado Rota 3, que tem objetiva usar o gás produzido no Pré-sal, da Bacia de Santos. A Rota 3 é uma rede de gasodutos que liga campos do pré-sal ao Gaslub, em fase de construção de uma UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural), em Itaboraí.

Segundo a Petrobras, a previsão inicial era que o Rota 3 entrasse em operação no segundo semestre de 2022, o que não será mais possível. O adiamento ocorreu em função da desmobilização da força de trabalho da empresa responsável pelas obras da UPGN. As empresas contratadas em regime de Sociedade de Propósito Específico (SPE) são a chinesa Kerui Petroleum, uma das maiores da China, e a empresa brasileira de engenharia Método Construção e Montagem, que formam a KM.

PARALIZAÇÃO É PREJUÍZO

Segundo a petroleira, a paralização das obras da UPGN ocorreu devido à quebra de contrato por parte da empresa contratada, a SPE Kerui-Método, responsável pela construção do gasoduto. Estima-se que 1.500 trabalhadores foram dispensados e as atividades de construção estão paralizadas, restando em funcionamento apenas a preservação dos equipamentos e instalações.

Desde 2008, quando se iniciaram as obras de terraplanagem, a Petrobras já contabilizou prejuízo de cerca de US$ 14 bilhões, fruto do pagamento de propinas, obras superfaturadas e mudanças no projeto. Entre 2017 e 2018, a obra de construção de duas refinarias foi abortada e foi anunciada a construção de uma UPGN. Essa unidade, projetada para transportar o gás natural produzido nos campos do Pré-sal da Bacia de Santos, foi orçada então em R$ 1,94 bilhão, mas está prestes a chegar a mais de R$ 3 bilhões, devido à pandemia, alterações no projeto e variação do dólar.

OBRA ESTRATÉGICA

O gás produzido pelo Gaslub supriria uma queda de produção nos campos do Pós-sal. O próprio Gaslub foi criado para promover a autosuficiência do Brasil, em termos de produção nacional de gás natural, até o ano de 2027. Mas o fato hoje é que o Gás natural, que chegou a custar 5 dólares o milhão de BTUS, agora oscila entre 25 e 30 dólares, o que significa que provavelmente a Petrobras terá que importar gás para suprir a demanda.

A Petrobras informou que o gasoduto Rota 3 já está com 90% das obras concluídas. O Gaslub é uma obra estratégica para o Brasil. Quando produz o petróleo no Pré-sal, também é produzido o gás natural. O Gaslub será a maior unidade de processamento de gás das Américas.

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