O Trabalho de Conclusão do Curso de Gestão Pública e Agenciamento Cultural, promovido pela CECIERJ (Fundação Centro de Ciência e Educação Superior à Distância do Estado do Rio de Janeiro) em 2016, foi muito gratificante para mim, uma aluna rebelde, que passou por uma vida estudantil tumultuada, com três tentativas em curso superior, mas sem concluir nenhum: Curso de Pintura, na Escola Nacional de Belas Artes, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Curso de Português e Espanhol, na Faculdade de Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e Curso de Jornalismo, também na USP. Eram tempos difídeis, em plena ditadura militar, o que muito me abalava e destruía a minha autoestima.
Assim me profissionalizei como jornalista em São Paulo, próximo do final do curso, e me mudei para o Rio, passando antes pela Bahia e pelo Nordeste do Brasil, em viagens que iam ao encontro da cultura popular que sempre amei. Em 1977, disputei uma bolsa de pesquisa da FUNARTE (Fundação Nacional de Arte) e entre tantos concorrentes ganhei uma bolsa de estudo, entre os 10 selecionados. Minha pesquisa foi sobre os sambas-enredo das escolas de samba, no período histórico de Getúlio Vargas, quando os desfiles foram oficializados. O resultado final foi a edição do livro “Carnavais de Guerra, o nacionalismo no samba” (ASB Editora, Rio, 1985), hoje esgotado, mas disponível no site da Tupy Comunicações: tupycomunica.com.
CULTURA POPULAR
Há 30 anos, vindo morar em Saquarema, me apaixonei pelas folias locais, tanto pela Folia de Reis Estrela Dalva do Oriente como pela Folia do Divino, cuja origem e desenvolvimento tanto me atraíam. Ao longo do tempo, publiquei várias reportagens no jornal O Saquá, sobre as folias. E foi natural, portanto, que eu fizesse no meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), em 2016, um artigo sobre as Follias de Saquarema, que encantou a bancada examinadora. Em 2020, participei da seleção da Lei Aldir Blanc, da então Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Saquarema, e fui contemplada com o Prêmio Alberto de Oliveira, tendo realizado um e-book, que hoje se encontra no site da Tupy Comunicações e no site da Prefeitura, que ainda mantém um vídeo de 15 minutos, com a minha fala sobre as folias.
No segundo edital da Lei Aldir Blanc, fui selecionada novamente, desta vez para editar o livro impresso, com um custo muito maior que um e-book, que é de graça na internet, pois o preço do papel e da tinta de impressão de livros e jornais varia com o dólar! Assim, estou encerrando esse ciclo de pesquisa publicando o livro impresso “Folias de Saquarema: dois aspectos da cultura popular” em uma edição reduzida – mas o possível – com poucos livros disponíveis para compra, pois será doada uma cota para as bibliotecas escolares do município.
PAIXÃO PELAS FOLIAS
A edição do livro se encerrou em meados de julho, e o llivro já está com o lançamento previsto para o dia 29 de julho, sexta-feira, a partir das 18 horas, na Casa de Cultura Walmir Ayala (em frente à Prefeitura Muncipal). Lá já se encontra uma exposição linda sobre as folias fluminenses com o título: “Essa folia é de reis”! Inclusive com uma salinha dedicada à Folia de Reis Estrela do Oriente, em homenagem ao Mestre Boca de Velho e seu foliões. Será o cenário ideal para um livro que celebra tanto a Folia de Reis como a Folia do Divino de Saquarema.