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Congresso no Espírito Santo condena construção do Porto Central

Grupo de manifestantes contra o Porto Central que se for construído vai isolar o histórico Santuário das Neves (Foto: Divulgação)

Com a campanha Nem um poço a mais, membros da sociedade civil organizada, de vários estados brasileiros e de dois países, participaram do VII Seminário Nacional da Campanha “Nem Um Poço a Mais!”. De 4 a 7 de Agosto, eles se reuniram em Piúma e Presidente Kennedy, na fronteira Sul do Espírito Santo com Norte do Rio de Janeiro, região do pré-sal da Bacia de Campos. Lideranças de comunidades e organizações representativas da pesca artesanal, quilombolas, indígenas, camponeses, sem terras, pesquisadores, agentes de pastorais, grupos de mulheres e lgbtqia+, jovens e anciãos, acadêmicos, artistas, mulheres negras, artesãos, ambientalistas, organizações de defesa de direitos humanos, movimentos sociais, redes e fóruns regionais de 6 Estados do Brasil – Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro – e também da Argentina e de Angola, participaram do Seminário que durou 3 dias.

De Saquarema foi um representante da Pastoral do Meio Ambiente, Vinícius, que ficou impresionado com o grau de organização do evento, realizado em Piúna. No município de Presidente Kennedy, o grupo visitou o território onde está projetado o Porto Central que pode vir a ser um tremendo desastre ambiental. Lá o grupo fez um protesto contra o Porto Central que pode extinguir grande parte da Restinga e do que resta da Mata Atlântica, além de atingir o Santuário das Neves, com mais de 300 anos, patrimônio cultural do Espírito Santo, onde se realiza a maior romaria depois da procissão de Vila Velha, perto da capital.

AMEAÇA PERMANENTE

Com a presença do bispo Dom Luiz Fernando Lisboa, de Cachoeiro de Itapemirim, que celebrou a missa, os manifestantes carregaram cartazes contrários à condição de zonas de sacrifício da indústria petroleira. São pessoas em luta contra a infraestrutura dos portos, plataformas, dutos, terminais de gás e de óleo, termelétricas e refinarias, que tanto prejudicam suas existências. Gente que enfrenta o racismo ambiental e denuncia a violência das empresas e do Estado. Gente que exige reparação de direitos humanos e da natureza. O projeto do Porto Central prevê a construção de um canal que pode chegar a 50 metros da igreja nos períodos de cheia do rio, isolando o Santuário das Neves.
Além disso, a apenas 50 km de Presidente Kennedy, está o Porto do Açu, no litoral norte do Rio de Janeiro, que vem sendo subutilizado. Por que construir outro porto tão perto? Quais os interesses por trás desses projetos ambiciosos que não respeitam os seres humanos e a natureza? O Porto Central está sendo questionado e tudo indica que haverá uma grande disputa pelo território. É o que está acontecendo em várias partes do Brasil, inclusive em Ponta Negra, Maricá, onde há a ameça de construção do Porto de Jaconé, que produziria um triste futuro para toda a região, inclusive Saquarema.

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