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Varíola dos macacos vira emergência mundial, agora também no Brasil

Editorial - Dulce Tupy

A varíola dos macacos, que começou em alguns países do continente africano, se espalhou pelo mundo e já começa a fazer vítimas fatais, inclusive no Brasil. É uma doença viral, transmitida dos animais aos seres humanos e propagada de pessoa a pessoa. Ela foi detectada em macacos em 1958. Porém, a maioria dos animais suscetíveis a contrair a enfermidade e contaminar as pessoas são roedores, como os ratos gigantes da Gâmbia. A varíola dos macacos é normalmente encontrada nas selvas tropicais da África Central e Ocidental, onde vivem os animais que podem ser portadores do vírus. É uma doença endêmica, mas pode também se encontrar em pessoas fora das regiões africanas, infectadas durante uma visita.

Os síntomas são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, desânimo, gânglios linfáticos inflamados, erupções e lesões na pele. As erupções aparecem no primeiro ou terceiro dia do começo da febre e podem ser planas ou ligeiramente elevadas, cheias de líquido transparente ou amarelado formando depois crostas que secam e caem. O número de lesões numa pessoa varia e geralmente surgem na face, na palma das mãos e na planta dos pés, mas também na boca, na genitália e nos olhos. Os sintomas costumam durar de 2 a 4 semanas.

FOCOS DE INFECÇÃO

Quem sentir os primeiros sintomas, deve procurar o serviço médico imediatamente. Se teve contato de perto com alguém com esses sinais ou suspeite que exista a possibilidade de estar infectado, avise ao médico, porque é possível morrer de varíola dos macacos! Na maioria dos casos, os sintomas da varíola desaparecem em poucas semanas, mas algumas pessoas podem ter complicações médicas e até chegar a óbito. Os recém-nascidos, crianças e pessoas com baixa imunidade correm risco de sofrer sintomas mais graves e morrer da doença. As complicações dos casos graves são infecções na pele, pneumonia, estado mental confuso e infecções oculares que podem levar à perda da visão.
As pessoas que têm a doença podem transmitir a varíola dos macacos enquanto estão com os sintomas, geralmente entre as primeiras 2 e 4 semanas. O contato com objetos relacionados às pessoas infectadas como roupa, roupa de cama, toalhas ou utensílios de alimentos também podem representar um foco de contaminação. As úlceras, lesões e feridas também podem contagiar e o vírus é transmitido também pela saliva. Por isso, o risco de contaminação é alto quando se convive com uma pessoa infectada ou se mantém relações sexuais com alguém contaminado.

CERTA PROTEÇÃO

Os profissionais de saúde também estão expostos à contaminação. O vírus é passado de uma mulher grávida para o bebê, através da placenta. No entanto, ainda não está claro se as pessoas assintomáticas podem transmitir a doença. O maior risco de infecção vem de pessoas que tenham entrado em contato físico com um animal ou pessoa infectada. É provável que as pessoas vacinadas contra a varíola tenham uma certa proteção contra a contaminação.

Em 1980, a varíola se converteu na primeira doença humana a ser erradicada e, por isso, a vacina se deteve. Portanto, os mais jovens, que não foram vacinados, estão mais propensos a contrair o vírus. Recentemente, se desenvolveu uma vacina contra a varíola, aprovada em 2019 para prevenir a varíola dos macacos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) está atuando para melhor o acesso a esta vacina e outras. Em maio de 2022, foram notificados casos de varíola dos macacos em vários países, fora das áreas endêmicas. O surto é preocupante!

(Adaptado de texto publicado no site EcoDebate em 26/07/2022)

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