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Gênero, Água e Saneamento no Cedim-RJ

O seminário foi a culminância do Projeto que se iniciou com oficinas no Charqueado, em Saquarema

Realizou-se na comunidade do Charqueado, as oficinas do projeto Gênero, Água e Saneamento em Bacias Hidrográficas, promovidas pelo Cedim-RJ, Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro. O projeto foi uma das ações do projeto Mulher + Segura do próprio Cedim-RJ, abrangendo vários segmentos, que se desenvolveu de julho a dezembro. Em Sampaio Corrêa, com apoio da liderança comunitária do Charqueado Sérgio Couto, foram 3 oficinas com apresentação das famosas cartilhas do Ziraldo, lançadas em 2009 pela GWA (Aliança Gênero e Água), uma ONG (Organização Não Governamental) em parceria com a CapNet-Brasil e PNUD (Prograna das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Ministério do Meio Ambiente, Instituto Ipanema e outras instituições.

No Charqueado, em Sampaio Corrêa, antiga zona rural de Saquarema-RJ, o projeto incluiu também a construção de um protótipo de biodigestor, demonstrando para a comunidade as vantagens deste equipamento na captação de gás para suas residências. A escolha da localidade foi porque existe um projeto no Comitê de Bacias Hidrográficas Lagos São João, que inlcui a Sub Bacia de Saquarema, que pretende levar um biodigestor industrial para o Charqueado, para atender a comunidade que já recebe luz e água.

SEMINÁRIO NO CEDIM-RJ

Presidido pela professora Edna Calheiros nos dois últimos anos, o Cedim-RJ promoveu também um Seminário, culminância do projeto Gênero, Água e Saneamento, realizado em sua sede no centro do Rio, tendo como convidadas especialistas em água, recursos hídricos e meio ambiente. As apresentações foram abertas com uma oração à Oxum, orixá que nas religiãos de matrizes africanas rege as águas doces, nascentes, rios, cachoeiras e lagoas. Coube à multi-artista Glauce Pimenta Rosa, com sua voz e guitarra africana, fazer uma prece à mãe Oxum que, na sincronia com a religião católica, é Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Sampaio Corrêa.

O ambientalista Vinícius com Dalva, Edna, Dulce e Míriam

Coordenado pela jornalista Dulce Tupy, o projeto incluiu o protótipo de um biodigestor feito pelo gestor ambiental Aleks Saraiva, construído na comunidade do Charqueado, cujo vídeo foi mostrado no seminário, que foi aberto pela Dra. Eldis Camargo, representante da GWA no Brasil e América Latina, que falou da relação da mulher com água desde o matriarcado até os dias atuais. Em seguida, foi a vez da engenheira Gisele Ribeiro da empresa Águas do Brasil, seguida pela professora ambiental Dalva Mansur do Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João e pela Guarda Marítima Ambiental Míriam Pereira, primeira mulher a entrar nesta corporação militar no Brasil.

ÁGUA E DESIGUALDADE

À tarde, a escritora indígena Eliane Potiguara, falou sobre a Cura da Terra, título de um de seus livros, através da natureza, especialmente a água. Em seguida, Glauce Pimenta Rosa, de Saquarema, retornou ao pequeno palco do auditório do Cedim para falar da Kemetic Yoga, nascida no Egito Antigo, às margens do Rio Nilo. Já a artesã e ambientalista Isabel Maria, falou do trabalho que faz junto às mulheres agricultoras de Teresópolis e do reflorestamento. E a ativista ambiental Flávia Lanari, presidenta da ONG Apalma, de Maricá, há 20 anos, relacionou as principais lutas em defesa da restinga e lagoas, sempre ameaçadas pelos interesses empresariais.

Já a bióloga Alejandra Aguilar, coordenadora do NEA-BC (Núcleo de Educação Ambiental da Bacia de Santos) fez um relato do projeto que inclui a Associação Raízes, na Região dos Lagos. E a historiadora e educadora ambiental Jacqueline Guerreiro, coordenadoda da REBEA (Rede Brasileira de Educação Ambiental), entre outras redes, trouxe uma série de conexões relativas à cadeia da educação ambiental, em todos os níveis. Finalmente, a professora e pesquisadora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Fernanda Matos, editora da REBOB-Mulher (Rede Brasileira de Organismos de Bacias) e do livro “Mulheres da Água”, encerrou o Seminário apresentando resultados de sua pesquisa sobre a desigualdade entre mulheres e homens nos Comitês de Bacias Hidrográficas em todo o Brasil.

REDE DE APOIADORES

Também participou em uma das mesas a ambientalista e trilheira Iza Paes, que trabalhou junto com Dulce Tupy, então coordenadora do Projeto “Territorialização e Aceleração dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, um dos projetos desenvolvidos em 199 municípios no Brasil, todos situados na área de influência da Petrobras, promovido pela Petrobras e PNUD, em 2021. O projeto “Gênero, Água e Saneamento” se encontra hoje num banco de projetos sobre “Territorialização e Aceleração dos ODS” no site da UFRJ, para consulta.

O Seminário “Gênero, Água e Saneamento em Bacias Hidrográficas”, realizado no Cedim, teve a coordenação geral da engenheira Cládice Diniz. O projeto teve o apoio da AMEAS (Associação de Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema), do Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João – CBH-LSJ, do Consórcio Intermunicipal Lagos São João – CILSJ, da Secretaria Municipal de Agricultura de Saquarema, do jornal O Saquá e da Tupy Comunicações, entre outros apoiadores, além do projeto Folia na Panela, também vinculado ao próprio Cedim.

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