A tradicional Festa do Divino de Saquarema se iniciou com a Procissão do Mastro, quando os fiéis carregam nos ombros o Mastro do Divino que ficará por vários dias exposto ao lado da igreja Nossa Senhora de Nazareth. Levado pelos devotos, sob o som dos cantos do Divino Espírito Santo e o ritmo cadenciado do grupo folclórico religioso, além da banda local, o Mastro é a forma de comunicação com o povo que participa do festejo, indicando que a partir de então um grupo do Divino vai visitar as casas dos fiéis, levando a sagrada bandeira com uma pombinha e recolhendo donativos para a festa.
A Festa do Divino Espírito Santo é a mais antiga manifestação religiosa do município, depois do Círio de Nazareth. Realizada no período de Pentecoste, nasceu nas comunidades rurais. Com a sua Folia, elemento cultural centralizador das festividades, novenas e ladainhas, celebradas nas residências, tem seu auge na Folia do Divino, quando se realiza uma procissão, missa e a Benção da Mesa, num ritual sobre na rua com trigo, pão e frutas, além do vinho que vem sendo substituído nos últimos anos por suco de uva.
A primeira festa de que se tem notícia foi introduzida no município pelo senhor Tomás Cotrim de Carvalho, em 1769. Fazendeiro abastado, ele construiu o coreto denominado de Império do Divino, que existe até hoje em frente à Praça Oscar de Macedo Soares, e doou para a igreja os objetos litúrgicos como a Coroa de Prata, o Resplendor do Divino, o Bastão e as indumentárias do pequeno imperador e da sua corte. Mais tarde, o Barão de Saquarema adquiriu e doou outros objetos tambem. O símbolo maior da Folia do Divino é a Bandeira Vermelha tendo no centro uma pombinha branca ou prateada, símbolo do Espírito Santo.
O Jornal de Saquarema