Pois é!… Em meio às alegrias de várias medalhas conquistadas por brasileiros na Olimpíada de Paris, tomo conhecimento de notícia que nos incomoda: “Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país mais ansioso do mundo. De jovens a idosos, todos se dizem ansiosos.” Esta informação está em interessante crônica na coluna “BEM-ESTAR”, intitulada “Em paz com a ansiedade”, de ANGÉLICA BANHARA, jornalista e palestrante especializada em saúde, longevidade e estilo de vida saudável, publicada em “O Globo”, de 06.08.2024.
Na referida crônica, encontramos a definição médica clássica de ANSIEDADE: ela “é caracterizada por preocupação excessiva em relação a situações do dia a dia que levam a sintomas que vão desde agitação mental, cansaço, irritabilidade e tensão muscular até alterações do sono. Na prática, “a cabeça não para de pensar.”
A psicóloga junguiana GABRIELA CASOTTI, pós-graduada em psicologia analítica, diz que vê “a ansiedade como um movimento interno sentido no corpo e na mente. Ela pode se manifestar como uma grande tensão que chega a travar a coluna, a lombar e o pescoço ou por meio de um turbilhão de pensamentos acelerados.”
Mas para ela, “a ansiedade não é necessariamente um problema: a questão é como lidamos com esses pensamentos e emoções. Quando eles estão desorganizados dentro da gente sentimos o que chamamos de ansiedade. E a tendência é descontar na comida, na bebida… para ver se isso tudo acalma ou cessa dentro de mim.”
E GABRIELA propõe “aprender a lidar com a própria ansiedade, em vez de tentar interromper esse ciclo. – Controlar a ansiedade não vai nos livrar dela. É preciso reconhecer essas sensações, acolhê-las, procurar entender o que elas querem dizer e então canalizá-las de maneira efetiva e construtiva.”
E ela propõe caminhos: a) “O processo terapêutico, para aprender a entender um pouco melhor essa voz interna; b) canalizar esses sentimentos e emoções por meio do exercício físico… Com o exercício, vamos canalizando a energia interna e ajudando o corpo a circular e liberar aquilo que está em grande movimento dentro de nós. c) Fazer um caderno pessoal é uma maneira de canalizar os pensamentos e emoções. Esse caderno pessoal, não é uma agenda onde você anota o que fez ou vai fazer. É um caderno para registrar sensações, percepções e pensamentos, sem filtro e sem a preocupação de construir frases perfeitas. Se você acordou com um aperto no peito, angustiado, anota no caderno e segue o dia. Se na reunião um colega fez um comentário que te magoou, escreve. Dessa maneira a gente vai aprendendo a observar o que se passa dentro da gente.
– Escrever ajuda a escoar e organizar os pensamentos e sentimentos. Daí a importância do caderno pessoal: para que tudo tenha um lugar externo, onde seja palpável ler, observar, organizar e, se possível, trabalhar no processo terapêutico –“, conclui GABRIELA CASOTTI.
Afinal, vida é beleza! Sim, “a vida é bela!” E devemos fazer tudo o que esteja ao nosso alcance, para que a beleza da vida não nos escape! Não é mesmo?
O Jornal de Saquarema