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Baobá

Quando estive em Angola, nos anos 80, vi muitos Baobás, árvores sagradas da cultura afro-brasileira. Com seus troncos altos, os baobás se destacam onde quer que se situem. Também na Bahia, vi baobás perto ou dentro dos terreiros de candomblé e sempre ficava magnetizada pela árvore imensa… Mas só mais tarde pude compreender o significado.

O Geledés – Instituto da Mulher Negra, ONG que luta pelos direitos das mulheres negras e do movimento negro, fundada em 1988 pela filósofa Sueli Carneiro, uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil, o Baobá é um símbolo tradicional das culturas africanas. “Os velhos baobás africanos de troncos enormes suscitam a impressão de serem testemunhas dos tempos imemoriais. Os mitos e o pensamento mágico-religioso yorubá têm na simbologia da árvore um de seus temas recorrentes”.

Quando visitei o Quilombo dos Palmares, em Alagoas, encontrei numa ladeira um baobá e li na legenda que ali estavam as cinzas do professor Abdias Nascimento. Fui tomada por forte emoção e lembranças de momentos vividos com o mestre, o deputado federal, o senador, o ator e o artista plástico que ele foi, além de um político impecável no PDT do líder Leonel Brizola.

Assim também me sinto diante de Beatriz Nascimento, mulher negra, cientista social, escritora, professora, poeta, líder feminista, homenageada por outros mestres: seu sobrinho, o geógrafo e professor da UFF Vitor Nascimento e sua esposa, professora Cláudia Nascimento (SEEDUC-RJ). Eles nos informam que Beatriz agora é um baobá! Com muita honra!Axé!

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