Começamos o ano bem. E vocês, caros leitores, também ficaram boquiabertos e lisonjeados como eu na madrugada de segunda-feira, dia 6/1/2025. Ainda estamos em êxtase! Foi um feito histórico da nossa dramaturgia. Nesta crônica, contarei como cada cidadão desse país se sentiu e sentirá importante por longas décadas, tendo orgulho de um trabalho esplêndido. O filme ‘Ainda Estou Aqui‘, já tinha o prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza, com incontáveis elogios da imprensa estrangeira. Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o filme dirigido por Walter Salles e interpretado com maestria por nossa grande e renomada atriz Fernanda Torres, ganhou agora o inédito Globo de Ouro na categoria “Melhor Atriz de Drama”. Sendo a primeira mulher latino-americana, lusófona (fala português ou que se refere a um país ou povo cujo português é a língua oficial ou materna), a brasileira venceu o prêmio!
Filha de Fernando Torres (ator, diretor e produtor falecido em 2008 e homenageado com a inauguração do Largo Fernando Torres, no bairro de Ipanema, no Rio) e da Fernanda Montenegro, hoje com seus 95 anos, no auge da carreira, o qual nunca deixou de estar, com muita competência e excelência na arte da dramaturgia. Não à toa é conhecida frequentemente como “grande dama da dramaturgia brasileira” e “a maior atriz da história do Brasil” por seu trabalho longevo no cinema, teatro e televisão. Já sua filha, a também premiada Fernanda Torres, atriz, escritora, cronista e roteirista, é amplamente reconhecida por suas participações em produções icônicas como as séries “Os Normais” e “Tapas & Beijos”, produzidos pela TV Globo, além de grandes filmes nacionais.
Foi difícil recebermos o reconhecimento da crítica internacional, mas desta vez astros de Hollywood também evidenciaram que, sem dúvida alguma, dessa vez a concorrência brasileira seria uma pedra no sapato de grandes nomes do cinema internacional. Desbancando estrelas como Nicole Kidman, Kate Winslet, Angelina Jolie, Tilda Swinton e Pamela Anderson, vencedoras de diversas premiações, a brasileira Fernanda Torres venceu as concorrentes, merecendo destaque em publicações de todo o mundo, caminhando para figurarmos no hall dos monstros sagrados de Hollywood, na festa da maior premiação mundial. O filme ‘Ainda Estou Aqui‘ vale a pena ser assistido por todos os brasileiros que amam cinema e a história do Brasil, pois aborda o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, no período da ditadura implantada em 1964 e que durou 21 anos.
A produção concorre a uma vaga no Oscar, estando entre os pré-selecionados na categoria Melhor Filme Internacional, com sua estrela principal sendo apontada por veículos de prestígio como a Variety, na categoria de Melhor Atriz! Com muita expectativa, aguardaremos ansiosos, que mais histórias como essa, venham cada vez mais nos presentear com muito orgulho. Entretanto, já somos notícia no mundo todo, porque cinema é uma arte. Arte que, na América Latina, conta com a excelência do nosso país abaixo da linha do Equador. País este diversas vezes foi “esquecido” ou “ignorado”.
Em 2025, seremos representados por nossa estrela Fernanda Torres, 25 anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, ganhar o prêmio na categoria de melhor filme estrangeiro, com o filme “Central do Brasil”, um feito inédito! E a sua própria vitória como melhor atriz no Festival de Cannes, Fernandinha bem jovem, no início de sua carreira, pela atuação no belíssimo filme “Eu Sei Que Vou Te Amar”, do saudoso Arnaldo Jabor, em 1986. Essas conquistas mostram que somos capazes de produzir cada vez mais e melhor, concorrendo a prêmios que tempos atrás eram apenas uma utopia. Hoje, podemos afirmar que este é o início de uma nova era no cinema nacional.