Beatriz Dutra: Cultura é Notícia Cidade Comunidade Cultura Educação Nas Bancas

Atordoante notícia

Cultura é Notícia - Beatriz Dutra
Os satélites vêm poluindo o espaço sideral (foto: INternet)

Em toda a minha vida, jamais poderia imaginar que algum dia tomaria conhecimento de uma notícia como esta: “Restos de satélites e foguetes no espaço criam riscos imprevisíveis – Lixo espacial atravanca melhores órbitas, ameaça Estação Internacional e pode até desabar sobre a Terra” (O Globo, 05.01.2025).
– Hein? Mas quem poderia imaginar uma notícia como esta?… E segue o texto da mesma: “Desde a entrada da iniciativa privada no lançamento de satélites, a quantidade de objetos no espaço só tem aumentado. Nem todos se desintegram ou queimam ao reentrar na atmosfera. Mesmo depois de desativados, muitos satélites continuam a girar em torno da Terra. Hoje há 13.800 satélites em órbita, mas estima-se que em 2030 haverá 60 mil.

É preocupante, em particular, a quantidade de lixo que tem se acumulado nas órbitas baixas ou nas geoestacionárias acima do Equador. Os dejetos impedem novos satélites de ocupar posições críticas, que lhes garantem maior vida útil e maior alcance. Outro problema é o descontrole sobre o destino dos restos de foguetes, satélites e outros dejetos, que volta e meia têm caído na Terra de modo imprevisível.
Um pilar da Estação Espacial Internacional (ISS) desabou em março sobre uma casa na Flórida. Por sorte não feriu ninguém. No ano passado foram encontrados pedaços de metal e fibra de carbono em Nova Gales do Sul, na Austrália, e em Saskatchewan, no Canadá, provavelmente oriundos do lançamento de um foguete da Space X que levava materiais à ISS.

Pode-se pensar em destruir o lixo antes que desabe sobre a Terra. A China explodiu um satélite meteorológico que gerou 3 mil pedaços rastreáveis. A maior parte continua em órbita. É possível que haja dez vezes mais fragmentos tão pequenos que nem podem ser vistos. Os cientistas calculam que deve haver 500 mil pequenos pedaços de destroços em torno da Terra, alguns orbitando à velocidade de 35 mil quilômetros por hora, constituindo uma ameaça a outros satélites e à Estação Espacial Internacional.
…O governo americano acaba de criar um programa para enfrentar o problema do lixo espacial, e a Agência Espacial Europeia fará um teste de remoção desse lixo em 2026.

…Chegou o momento de não apenas reordenar a ocupação dos céus, mas de limpá-lo e de criar mecanismos para que o lixo não se acumule.”

E concluímos com Machado de Assis: “O universo é o homem.” (“Quincas Borba”)

Similar Posts